Tabagismo também prejudica a beleza

A pele dos fumantes tende a desenvolver mais rugas e a envelhecer

Que o cigarro é nocivo e causa males à saúde é um fato comprovado. O problema é que muitos desconhecem que o vício de fumar também traz prejuízos à beleza.
De acordo com o dermatologista e professor da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp) João Roberto Antonio, que também é presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, a conseqüência direta do tabagismo na beleza pode ser observada no amarelamento dos dedos que seguram o cigarro e nos dentes escuros pela ação da fumaça.
Já a médio e longo prazo ocorre a ação indireta do tabagismo que é o envelhecimento precoce da pele com uma coloração acinzentada. Além disso, João Roberto Antonio afirma que o cigarro contribui para o surgimento da celulite e interfere na cicatrização de feridas cirúrgicas.
A maior influência do cigarro para a pele ocorre em decorrência das alterações das fibras elásticas provocada pelo seu uso abusivo. Assim, a pele dos fumantes tende a desenvolver mais rugas do que a pele dos não fumantes, o que causa um aspecto envelhecido precoce e uma diminuição do brilho que adquire uma coloração pálida e acinzentada, conforme explica o dermatologista de São Paulo, Otávio Macedo.
João Roberto Antonio diz que além do comprometimento das fibras elásticas o fumo tem uma ação de vasoconstrição das pequenas artérias, o que leva ao envelhecimento precoce de todas as células do organismo pela diminuição do aporte de oxigênio no sangue e sua chegada nos tecidos. “A conseqüência é o aumento de radicais livres que contribuem para uma diminuição do tempo de vida em decorrência de vários outros comprometimentos orgânicos”, afirma.
Questionado sobre quem pode sofrer mais com os males do cigarro em relação a beleza, João Roberto Antonio esclarece que, sob o enfoque dermatológico, a mulher sofre as maiores conseqüências do tabagismo pelo fato da pele passar a produzir menor quantidade de fibras elásticas e colágeno favorecendo a flacidez, mais comum nas mulheres que nos homens. “A beleza também é agravada pela formação de rugas ao redor dos lábios que seguram o cigarro aceso na boca. Sob esse último aspecto, os homens podem esconder essas rugas deixando bigode ou barba”, diz.
Macedo concorda com o dermatologista rio-pretense e enfatiza que o cigarro faz mal a quem fuma e a quem convive com o fumante. João Roberto Antonio ressalta que está comprovado que a fumaça ambiental do cigarro inalada, absorvida e metabolizada pelos não-fumantes pode provocar o câncer do mesmo modo que nos fumantes por conter substâncias nocivas, pode ocasionar ainda problemas cardíacos e respiratórios, assim como prejudicar o desenvolvimento do feto em mulheres grávidas.
“Se do ponto de vista orgânico está provado que o cigarro provoca esses malefícios nos órgãos internos, a pele, que é o órgão de revestimento que protege a todos eles, logicamente será também prejudicada pelo tabagismo.”

Maior causador do câncer é o fumo

Segundo o diretor do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC), Ricardo Antunes, o tabagismo é o grande vilão para a causa de muitos cânceres. Ele diz que 80% de todos os tipos de câncer estão relacionados a fatores sócio-ambientais e apenas 20% à hereditariedade.
“O fumo é o maior causador da doença com grande incidência nos pulmões, cabeça e pescoço. Em segundo lugar vem a má alimentação, associada ao consumo em excesso de gordura animal”, diz.
O pneumologista de Rio Preto Marcelo Targas, afirma que o cigarro é praticamente o único vilão nas causas do câncer de pulmão. Ele afirma que com exceção daqueles que ficam expostos a poeiras prejudiciais, como mineradores, a maioria das vítimas de câncer de pulmão fuma.
“O cigarro é o grande responsável pela destruição das funções da condução do ar aos brônquios. O câncer é sem dúvida a principal e pior doença causada pelo cigarro, mas há muitos outros malefícios provocados pelo tabagismo”, afirma.
Targas cita o enfizema pulmonar, outra doença provocada pelo cigarro, que causa a falta de ar relacionada à destruição dos alvéolos pulmonares. O enfizema, segundo ele, acontece lenta e progressivamente e por isso muitos jovens não percebem o quanto o cigarro é maléfico. A única saída, de acordo com Targas, é abandonar o vício. “Para isso é necessário, antes de mais nada, querer. Em seguida, procurar ajuda profissional.” (RF)


Fonte: Jornal Diario da Região - São José do Rio Preto-SP

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